"A dor é inevitável, o sofrimento é opcional"


(Autor desconhecido)

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Calouro Amigo

Olá novamente astronautas da rede!
Estava eu mais uma vez fazendo a limpeza periódica da minha caixa de entrada de E-mail e me deparei com esta estória emocionante, a qual eu não poderia deixar passar em branco.  Só lamento agora não lembrar quem foi o caro amigo que me mandou esta profunda lição de vida. Peço desculpas por não poder creditar essa pessoa aqui, mas me sinto feliz por poder compartilhar esta inesquecível narrativa com todos.
Boa leitura!
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Um dia, quando eu era calouro na escola, vi um garoto de minha sala caminhando para casa depois da aula. Seu nome era Kyle. Parecia que ele estava carregando TODOS os seus livros. Eu pensei: 'Por que alguém iria levar para casa todos os seus livros numa Sexta-Feira? Ele deve ser mesmo um C.D.F'! O meu final de semana estava planejado (festas e um jogo de futebol com meus amigos Sábado à tarde), então dei de ombros e  segui o meu caminho. Conforme ia caminhando, vi um grupo de garotos correndo em direção a Kyle. Eles o atropelaram, arrancando todos os livros de seus braços, empurrando-o de forma que ele caiu no chão. Seus óculos voaram e eu os vi aterrissarem na grama há alguns metros de onde ele estava. Kyle ergueu o rosto e eu vi uma terrível tristeza em seus olhos. Meu coração penalizou-se! Corri até o colega, enquanto ele engatinhava procurando por seus óculos. Pude ver uma lágrima em seus olhos. Enquanto eu lhe entregava os óculos, disse: 'Aqueles caras são uns idiotas! Eles realmente deviam arrumar uma vida própria'.  Kyle olhou-me nos olhos e disse: 'Hei, obrigado'! Havia um grande sorriso em sua face. Era um daqueles sorrisos que realmente mostram gratidão. Eu o ajudei a apanhar seus livros e perguntei onde ele morava. Por coincidência ele morava perto da minha casa, mas não havíamos nos visto antes, porque ele freqüentava uma escola particular. Conversamos por todo o caminho de volta para casa e eu carreguei seus livros. Ele se revelou um garoto bem legal. Perguntei se ele queria jogar futebol no Sábado comigo e meus amigos. Ele disse que sim. Ficamos juntos por todo o final de semana e quanto mais eu conhecia Kyle, mais gostava dele. Meus amigos pensavam da mesma forma. Chegou a Segunda-Feira e lá estava o Kyle com aquela quantidade imensa de livros outra vez! Eu o parei e disse: 'Diabos, rapaz, você vai ficar realmente musculoso carregando essa pilha de livros assim todos os dias!'. Ele simplesmente riu e me entregou metade dos livros. Nos quatro anos seguintes, Kyle e eu nos tornamos mais amigos, mais unidos. Quando estávamos nos formando começamos a pensar em Faculdade. Kyle decidiu ir para Georgetown e eu para a Duke. Eu sabia que seríamos sempre amigos, que a distância nunca seria problema. Ele seria médico e eu ia tentar uma bolsa escolar no time de futebol. Kyle era o orador oficial de nossa turma. Eu o provocava o tempo todo sobre ele ser um C.D.F. Ele teve que preparar um discurso de formatura e eu estava super contente por não ser eu quem deveria subir no palanque e discursar. No dia da Formatura Kyle estava ótimo. Era um daqueles caras que realmente se encontram durante a escola. Estava mais encorpado e realmente tinha uma boa aparência, mesmo usando óculos. Ele saía com mais garotas do que eu e todas as meninas o adoravam!
Às vezes eu até ficava com inveja. Hoje era um daqueles dias. Eu podia ver o quanto ele estava nervoso sobre o discurso. Então, dei-lhe um tapinha nas costas e disse:
'HEi, garotão, você vai se sair bem!' Ele olhou para mim com aquele olhar de gratidão, sorriu e disse: -'Valeu'! Quando ele subiu no oratório, limpou a garganta e começou o discurso: 'A Formatura é uma época para agradecermos àqueles que nos ajudaram durante estes anos duros. Seus pais, professores, irmãos, talvez até um treinador, mas principalmente aos seus amigos. Eu estou aqui para lhes dizer que ser um amigo para alguém, é o melhor presente que você pode lhes dar. Vou contar-lhes uma história:
'- Eu olhei para o meu amigo sem conseguir acreditar enquanto ele contava a história sobre o primeiro dia em que nos conhecemos. Ele havia planejado se matar naquele final de semana!  Contou a todos como havia esvaziado seu armário na escola, para que sua Mãe não tivesse que fazer isso depois que ele morresse e estava levando todas as suas coisas para casa. Ele olhou diretamente nos meus olhos e deu um pequeno sorriso. 'Felizmente, meu amigo me salvou de fazer algo inominável!' Eu   observava o nó na garganta de todos na  platéia enquanto aquele rapaz popular e bonito contava a todos sobre aquele seu  momento de fraqueza. Vi sua mãe e seu pai olhando para mim e sorrindo com a mesma gratidão. Até aquele momento eu jamais havia me dado conta da profundidade do sorriso que ele me deu naquele dia. Nunca subestime o poder de suas ações. Com um pequeno gesto você pode mudar a vida de uma pessoa. Para melhor ou para pior. Deus nos coloca na vida dos outros para que tenhamos um impacto,  uns sobre o outro de alguma  forma.     PROCURE SEMPRE O BEM NOS OUTROS!  
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quinta-feira, 11 de novembro de 2010

"Enem" Que a Vaca Tussa!

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Eis o Problema que é a bola da vez neste amado país de controvérsias. O ENEM!
OS créditos desta postagem São do Âncora do CQC, Marcelo Tas, retirado diretamente do Blog do Apresentador.
E como eu disse ao mesmo no Twitter, “O que seria das minhas noites de Segunda sem ele e o CQC, e da minha cultura sem o BlogDoTas”
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O Enem- Exame Nacional do Ensino Médio- mexe com 4,6 milhões de brasileiros num momento muito especial de suas vidas. É gente que trava, em sua maioria, a derradeira batalha para conquistar sua Educação, software raro de se encontrar no país tropical abençoado por Deus e bonito por natureza. O exame foi criado em 98, no governo FHC, apenas para aferir o ensino médio, daí o seu nome. Depois, se ampliou e passou também a significar acesso ao ensino superior. No governo Lula, ampliou-se ainda mais e passou a valer pontos no Prouni- Programa Universidade para Todos- além de servir como prova de certificação para alunos que estão concluindo o ensino médio em cursos do EJA- o antigo supletivo. Ou seja, o Enem se ampliou e adquiriu importância e interesse público. Então, veio o Eminem…
Em 2009, no Hemisfério Norte, Eminem, o rapper norte-americano que se não fosse o “mi” no meio era homônimo do Enem, lança o álbum “Relapso”- uma previsão nefasta do que aconteceria a seguir. O exame comandado pelo Ministério da Educação foi parar nas páginas policiais. A prova é furtada, malocada na cueca (Jesus, os brasileiros e suas cuecas criminosas!) por um funcionário do consórcio responsável pela prova. Desde este escândalo nas roupas de baixo, o Enem adquiriu uma aura de desconfiança e tensão extras.
Na última sexta-feira, Eminem trouxe seu show “Relapso” pela primeira vez ao Brasil, e a palavra, infelizmente, voltou a caracterizar o Ministério da Educação do Brasil que aplicava a prova em mais de mil cidades no mesmo final de semana. O exame continha erros primitivos, básicos, patéticos… Desde falhas na impressão, na ordem do gabarito, crucial numa prova dessa extensão, quanto na revisão dos textos que teoricamente deveriam servir como não apenas ferramenta de avaliação mas também de exemplo de bom trato da língua pátria. Ao contrário do governo brasileiro, o rapper norte-americano se apresentou pontualmente e impecavelmente ao seu público. Já o exame “Relapso” do Enem não é compatível com os mais de R$ 60 milhões que os cofres públicos gastaram na sua confecção e toda expectativa que se criou em torno do exame pelos mais de 4,6 milhões de pessoas envolvidas.
Muitos deles estão travando uma batalha duríssima contra a exclusão da vida universitária. O sucesso significa prosseguir no sonho de conquistar uma suada vaga no ensino superior, continuar os estudos e a perspectiva de mudar de fase no dramático jogo da vida profissional. O fracasso significa a interrupção na vida escolar e, muitas vezes, voltar ao subemprego ou, na melhor das hipóteses, para uma vida profissional menos qualificada.
Para as escolas, depois de um período de controvérsias, o Enem passou a significar uma oportunidade de avaliação perante à sociedade. As escolas privadas viram uma oportunidade de mostrar aos pais bons índices no exame e convencê-los de que vale a pena pagar o suado dinheirinho das mensalidades. As escolas públicas, com honrosas exceções, tomaram pau. Entre as 10 primeiras do ranking, apenas uma é pública. Entre as 50 piores, nenhuma é privada.
Quando é relapso com o Enem, o governo brasileiro mostra como é relapso com a Educação no pais? Temos outra alternativa à essa questão? Devemos discutir, sem paixões partidárias, o que temos a aprender com o Enem. A hora se vai tarde e a juventude, especialmente a juventude que está excluída da Educação média e superior no país, merece um tratamento melhor que o tratamento “Relapso” que foi submetida até aqui pelos (des) governos de plantão.
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E dentre as dezenas de comentários que foram feitos assim que a postagem saiu, escolhi este que achei muito relevante e coerente para compartilhar com vocês, meus caros leitores:
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Acredito que o problema não seja exatamente esse que vocês vêm apontando.
A empresa contratada tem bom nome no mercado (quem diria!?) internacional, até! De acordo com a carta apresentada pela empreiteira, os problemas de impressão dos cadernos amarelos representam 0,003% do total de provas impressas. Um percentual que, segundo a mesma, não significa nada fora do normal.
Problemas com questões (que normalmente são anuladas após verificação dos erros) são bastante comuns em vestibulares e concursos, a exemplo do, este sim muito mal organizado, concurso da Fiocruz mês passado no Rio, organizado pela FGV (instituição de renome no país).
A questão que se mostra, mais uma vez, central aqui é a política, essa sim tem sido o maior problema do ENEM.
A mim não importa saber quem criou e quem expandiu o ENEM. O importante é colaborar para que esse exame, que beneficia uma série de estudantes por não terem que se deslocar a inúmeras cidades de diferentes estados para prestarem vestibular e a pagarem apenas uma taxa de inscrição e não uma soma delas, seja implementado e melhorado.
Se, para isso, tivermos de criticar determinadas ações, que as façamos, mas sempre no intuito de colaborar e não de incitar a extinção do processo que, a meu ver, é democratizante.
Digo isso porque, antes mesmo de o ENEM acontecer, percebi movimentações de alguns jornalistas no sentido da crítica ao exame.
Sabemos que algumas universidades (e posso falar disso com propriedade porque, como pesquisadora, vivo dentro de uma dessas instituições e percorro inúmeras outras) preocupam-se em manter seu ‘status’ e se colocam veementemente contra o exame: o que inclui desde posicionamentos político-partidários até preconceitos e preocupações sérias com a manutenção da autonomia das instituições.
O descompromisso da sociedade com o sucesso do ENEM pode ser facilmente estampado no episódio do jornalista que furou a segurança de um dos locais de aplicação do exame para “vazar” o tema da redação antes do final da prova. Não li, em lugar algum, pessoas discutindo a ética e a responsabilidade desse profissional. Mas isso é porque sua ação reflete o nosso descompromisso, nossa postura política diante do ENEM.
Espero que possamos amadurecer e discutir os problemas de forma realmente profunda para que essas discussões deixem de ser defesas e ataques partidários apaixonados para serem verdadeiras contribuições políticas.
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E aqui segue, caríssimos, Uma das melhores recomendações que eu poderia fazer, o Blog do Tas:
www.blogdotas.terra.com.br

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Super Mario, 25 Anos

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Dá uma olhada no que eu trouxe para vocês direto do "G1.com". Publicação de ontem, 13 de Setembro de 2010 em comemoração aos 25 anos do lançamento de um dos games mais populares da história, Super Mario Bros. Vai, diz aí, quem de vocês nunca viajou por cenários fantásticos com italianinho em busca de salvar a princesa Toad?

Esta é também a minha homenagem a esse carinha que deixou a minha infância um bocado mais divertida.



Enfrentando Bowser para salvar a princesa
 Quem diria que um encanador baixinho, gordinho, narigudo e bigodudo do bairro do Brooklyn, na cidade de Nova York se tornaria um dos maiores ícones dos games e da cultura pop? E foi com o game “Super Mario bros.”, que comemora 25 anos nesta segunda-feira (13), que o personagem deu seus primeiros pulos em cima de tartarugas, enfrentou o temível Bowser e salvou uma princesa indefesa rumo ao sucesso que ultrapassou gerações e o nicho dos games.

Responsável por vender mais de 40 milhões de cópias em todo o mundo, o jogo “Super Mario bros.” é do gênero de plataforma “side-scrolling” mais bem-sucedido de todos os tempos. Embora não seja o primeiro, “Atari football”, de 1978, é o considerado o primogênito, foi o que conseguiu quebrar paradigmas de uma indústria que amargava péssimos resultados de vendas. Todos os games do mesmo gênero que vieram depois como “Sonic”, por exemplo, seguiram a tendência criada pelo jogo da Nintendo.

O sucesso da série “Super Mario”, cujo primeiro game foi lançado em 1985 para o console Nintendo Entertainment System (NES)[Sabe aquele que foi o primeiro console de quase toda criança, que você sempre conheceu como Super Nintendo?], se explica ao analisar o contexto histórico da época. “Em meados da década de 1980, a indústria de videogames estava em declínio. As pessoas ainda associavam games ao Atari, que eram jogos com visual muito inferior aos fliperamas da época”, afirma Steven Kent, jornalista especializado em games e autor do livro “The ultimate videogame history”, lançado em 2001.

Quando a Nintendo lançou o NES com ‘Super Mario bros.’, ela apresentou gráficos melhores do que muitos fliperamas, além de um game de longa duração e com maior complexidade do que os títulos da época. Mario era reconhecido como um homem e não uma figura de pauzinhos, os cogumelos pareciam cogumelos e não apenas algo que lembrasse o item”.



O jogo foi criado por Shigeru Miyamoto, um dos mais famosos designers de games de todos os tempos, que usou muito de sua experiência de infância e sua criatividade para criar Mario e seus games. “Artisticamente, ‘Super Mario bros.’ consegue unir aspectos do animismo japonês com uma comédia surreal, quase chaplinesca”, explica Steven Poole, autor do livro “Trigger happy” e colunista da revista especializada em games Edge. “Foi também um dos primeiros jogos que permitiram explorar o mundo que era rico e imprevisível, sempre recompensando o jogador com a experimentação”.

Além de contar com controles precisos e simples, que envolvem apenas andar, correr e saltar, e um desafio que aumenta ao longo de todos os mundos do game, é a história por trás de “Super Mario bros.” que, embora nunca tenha sido implícita até nos jogos atuais do encanador, conseguiu cativar milhões de pessoas. “O jogo trouxe algo inédito na época que era uma história fantasiosa e surpreendente e o herói improvável que salva a princesa no final”, conta Kao "Cyber" Tokio, professor de design de games.


Novas roupas deram poderes especiais

Mario, criado em 1981 para o game “Donkey Kong”, de acordo com "Cyber", não tem o estereótipo de alguém que consegue enfrentar qualquer perigo e, mesmo assim, ele conseguir cumprir sua missão no final. “Algo que estudamos no design de games é o carisma dos personagens, seja ele Pac-man ou o Kratos [de ‘God of war]. No caso do Mario, é o herói improvável, que não tem nada do herói tradicional grego, mas ele tem um charme engraçado por ser baixinho e barrigudo”. Cyber também afirma que a Nintendo conseguiu aproveitar o fato de o personagem “conseguir suplantar seus desafios usando um nível de violência cartunesco, aceito pela sociedade.




Sucesso nas vendas trouxe mais games

No lançamento norte-americano do NES, em 18 de outubro de 1985, “Super Mario bros.” foi vendido com o console. Isso fez com que o jogo e o aparelho se tornassem muito populares, algo que toda a criança e jovem deveriam ter nos Estados Unidos, de acordo com Steven Kent. Com a Nintendo vendo seus caixas encherem de dinheiro, uma sequência era mais do que obrigatória.

“Super Mario bros. 2”, lançado alguns anos depois falhou duas vezes nos Estados Unidos. A primeira versão trouxe basicamente a mesma história, mas fases criadas de modo aleatório. Um salto em uma plataforma podia ser arruinado por uma ventania que começava do nada e, por isso, a Nintendo optou por não importá-lo do Japão. Esta versão foi lançada tempo depois como “The lost levels”.

Com a necessidade de ter um novo game, a empresa decidiu pegar um jogo chamado “Doki doki panic” e recolocar Mario como o herói principal, lançando-o como “Super Mario bros. 2”. “O jogo era lento, não apresentou a música original e não tinha as mesmas cores do original”, diz Kent.

Desde essa época que a Nintendo cuida muito bem de Mario. “Super Mario bros. 3”, lançado em 1988, é a maior prova disso. Considerado pelos fãs um dos melhores títulos da franquia, ele trouxe roupas que davam a Mario as habilidades de voar e nadar. Além disso, trouxe um mapa que permitiu aos jogadores explorarem melhor o mundo.

“O game puxou a estética original dos consoles de 8-Bit com uma programação melhor e trouxe um personagem com mais detalhes, níveis de altura diferentes no mesmo cenário e uma imersão narrativa mais complexa”, afirma Tokio. “O público já estava preparado para a novidade, que teve uma construção mais rica do que os antecessores, ganhando com efetividade o Ocidente”.

Mario vira tendência

Mario se tornou o mascote da Nintendo. E, embora outros personagens carismáticos tenham aparecido antes dele, como Pac-man, por exemplo, ele foi o que conseguiu conquistar mais fãs. “Mario, no game ‘Donkey kong’, foi o primeiro personagem humanoide dos games”, conta Steven Poole. “Depois do sucesso de ‘Super Mario bros.’, todas as outras produtoras se preocuparam em criar um mascote”. Assim vieram Sonic, Crash Bandicoot, Samus, Jak & Daxter.

Mario se torna um ícone POP.
No livro “Trigger happy”, Poole cita que Mario é mais conhecido por crianças norte-americanas do que o Mickey Mouse. “Foi uma pesquisa realizada por uma empresa de marketing com estudantes em 1990. Não me surpreende este fato”, conta o autor.

Com o console Nintendo 64, a fabricante conseguiu transportar Mario de um ambiente 2D para um 3D com o jogo “Super Mario 64”. “’Mario 64’ soube explorar bem o 3D, o poligonal e ter sacadas interessantes”, afirma Toquio. “Mesmo com outros jogos levando a tendência do 3D para a indústria de games, Mario leva a fama porque ele é o campeão. O mesmo ambiente que o público já conhecia como os Goombas, itens, foram mantidos, sabendo atualizar o norte da franquia”.

Ao longo dos anos, a Nintendo soube explorar Mario como um personagem que cativa os jogadores. Assim, o encanador apareceu em games de outros estilos como “Super Mario kart” (corrida), “Super Mario strikers” (futebol), “Mario tennis” (tênis), “Mario party” (coletânea de minigames) entre outros. A franquia se tornou tão forte que além do personagem principal, outros do mesmo mundo começaram a fazer parte dos títulos como seu irmão, Luigi, a Princesa Peach e o pequeno Toad.

Mesmo com outros personagens tentando alcançar a popularidade de Mario, na época como Sonic e Alex Kidd, ambos da Sega, Mario superou as barreiras dos games e se tornou ícone da cultura pop. Além dos óbvios itens de merchandising como bonecos de pelúcia, chaveiros e o que mais a imaginação permitir, o personagem teve seriado de TV e até filme no cinema.

“The Super Mario bros. super show”, que chegou passar no Brasil, tinha o ator Lou Albano, morto em 2009, como o encanador italiano. Um filme protagonizado por Bob Hoskins como Mario e John Leguizano como Luigi foi lançado nos cinemas em 1993, mas não fez sucesso. A produção fugiu muito das características conhecidas nos games.

Para iniciar uma nova geração de jogos, Mario teve que falar. A Nintendo escolheu o ator Charles Martimet para dar voz ao personagem. Em entrevista ao G1 em março passado, Martinet afirmou que se inspirou em um personagem de Shakespeare para dar vida ao encanador (veja ao lado).

Futuro do encanador

Com os jogos mais modernos de Mario fazendo muito sucesso, com “New super Mario bros. Wii” vendendo mais de 1,4 milhões de cópias e seu título mais recente, “Super Mario galaxy 2”, com 1,2 milhões, a Nintendo está longe de esquecer do personagem.


Mario é mais conhecido nos EUA do que o Mickey
 “Ao longo da evolução, a Nintendo foi inteligente em atualizar o personagem sem acabar com seus aspectos fundamentais. Mesmo em outros games longe da série original como “Mario kart” e “Super smash bros. brawl”, onde Mario usa outras habilidades, ele continua sendo o mesmo personagem cativante”, diz Cyber.

Ainda que a fabricante não tenha anunciado nenhum novo título do herói, certamente ele dará as caras no Nintendo 3DS, portátil que deve chegar ao mercado em 2011. No Wii sua reaparição em uma nova aventura ainda é incerta, mas ele deve dar seus pulos novamente no sucessor do console.

Os especialistas em games, no entanto, não duvidam do sucesso que o próximo “Super Mario” irá fazer. “Tenho certeza que mesmo com todas as novidades que os games trarão nos próximos 25 anos, as pessoas continuarão a jogar ‘Super Mario bros.’”, disse Cyber. Quando perguntado pela reportagem sobre qual inovação o próximo game da franquia iria trazer, Steven Poole não pensou duas vezes: “Não sei prever, só sei que será muito bom”.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Para alegrar o seu dia!

Esta é só pra descontrair. Algumas estórias divertidas que eu vi hoje revirando meu correio eletrônico.
Divirtam-se!


"AUTO-ESTIMA É TUDO!"

Um dia, a ROSA encontrou a COUVE-FLOR e disse:

- Que petulância te chamar de FLOR!
Veja sua pele: é áspera e rude, enquanto a minha é lisa e sedosa.
Veja seu cheiro: é desagradável e repulsivo, enquanto o meu perfume é sensual e envolvente...
Veja seu corpo: é grosseiro e feio, enquanto o meu é delicado e elegante.
Eu, sim, sou uma FLOR!

E a COUVE-FLOR respondeu:

-HELLOOOOOU, QUERIDAAAA!!! ACORDAAAAAAA!!!
De quê adianta ser tão linda, se ninguém te come? Hã?


"COISAS DE ADVOGADO"

O advogado estava chegando atrasado ao Fórum para uma importante audiência, que lhe daria um bom dinheiro, e não encontrava estacionamento.
Levanta as mãos ao céu, fecha os olhos e diz:

- Senhor! Por favor! Me arrume uma vaga para estacionar e te prometo que irei à missa todos os domingos. Deixo a mulherada, as noitadas, o álcool e vou ser honesto com os meus clientes. Além disso, terminarei o caso que tenho com a minha secretária que é casada. Vou ser fiel para o resto da minha vida e viver só para minha família.

Nesse instante, milagrosamente, aparece um lugar para estacionar bem na porta do Fórum, ele estaciona e diz:

- Não se preocupe mais, Senhor! Achei uma vaga!


"ENTRE O CÉU E O INFERNO"

Um senador está andando tranqüilamente quando é atropelado e morre.
A alma dele chega ao Paraíso e dá de cara com São Pedro na entrada.

-'Bem-vindo ao Paraíso!'; diz São Pedro

-'Antes que você entre, há um probleminha. Raramente vemos parlamentares por aqui, sabe, então não sabemos bem o que fazer com você.

-'Não vejo problema, é só me deixar entrar', diz o antigo senador.

-'Eu bem que gostaria, mas tenho ordens superiores. Vamos fazer o seguinte: Você passa um dia no Inferno e um dia no Paraíso. Aí, pode escolher onde quer passar a eternidade.

-'Não precisa, já resolvi. Quero ficar no Paraíso diz o senador.

-'Desculpe, mas temos as nossas regras. '

Assim, São Pedro o acompanha até o elevador e ele desce, desce, desce até o Inferno. A porta se abre e ele se vê no meio de um lindo campo de golfe. Ao fundo o clube onde estão todos os seus amigos e outros políticos com os quais havia trabalhado. Todos muito felizes em traje social. Ele é cumprimentado, abraçado e eles começam a falar sobre os bons tempos em que ficaram ricos à custa do povo. Jogam uma partida descontraída e depois comem lagosta e caviar. Quem também está presente é o diabo, um cara muito amigável que passa o tempo todo dançando e contando piadas. Eles se divertem tanto que, antes que ele perceba, já é hora de ir embora. Todos se despedem dele com abraços e acenam enquanto o elevador sobe Ele sobe, sobe, sobe e porta se abre outra vez. São Pedro está esperando por ele.

-' Agora é a vez de visitar o Paraíso.'

Ele passa 24 horas junto a um grupo de almas contentes que andam de nuvem em nuvem, tocando harpas e cantando. Tudo vai muito bem e, antes que ele perceba, o dia se acaba e São Pedro retorna.

-' E aí? Você passou um dia no Inferno e um dia no Paraíso. Agora escolha a sua casa eterna.'

Ele pensa um minuto e responde:

-'Olha, eu nunca pensei .. O Paraíso é muito bom, mas eu acho que vou ficar melhor no Inferno.'

Então São Pedro o leva de volta ao elevador e ele desce, desce, desce até o Inferno.A porta abre e ele se vê no meio de um enorme terreno baldio cheio de lixo. Ele vê todos os amigos com as roupas rasgadas e sujas catando o entulho e colocando em sacos pretos.

O diabo vai ao seu encontro e passa o braço pelo ombro do senador.

-' Não estou entendendo', - gagueja o senador - 'Ontem mesmo eu estive aqui e havia um campo de golfe, um clube, lagosta, caviar, e nós dançamos e nos divertimos o tempo todo. Agora só vejo esse fim de mundo cheio de lixo e meus amigos arrasados!!!'

O diabo olha pra ele, sorri ironicamente e diz:

-'Ontem estávamos em campanha.
Agora, já conseguimos o seu voto...'

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Humor sem Censura

Sejam muito bem vindos de novo, caros seguidores, leitores, amigos ou simplesmente “andarilhos virtuais” vagando atrás de quer que seja na rede. Sabem que não importa quem sejam ou de onde venham, serão sempre muito bem acolhidos aqui no meu “cantinho”!

O assunto que lhes trago hoje vem em quatro postagens para que fique mais dinâmico.
Mas para você que me acompanhou em onze postagens para descobrir se o Amapá de fato existe (que, aliás, até hoje eu não consegui descobrir...), vai adorar refletir comigo a respeito da lei que proíbe os programas humorísticos de satirizar os candidatos.

Assim, tenho aqui um texto publicado na versão On Line do jornal Folha de São Paulo do humorista Danilo Gentili (Eu sei, eu sei... Ele de novo. Mas aproveito e recomendo: twitter.com/danilogentili ) que reflete a indignação de toda uma classe, os humoristas.

Depois de acompanhar a leitura, tenho certeza que concordarão comigo que é impossível ficar simplesmente calado com toda essa situação. No mínimo um “sarrinho” a gente teria que tirar...

Sou fã do programa CQC – Custe o Que Custar desde a sua estréia em 2008, mas depois do Twitter, venho sendo fã de cada um daqueles oito malucos a cada dia que passa.
E o Danilo entre eles vem me impressionando sempre com a forma que critica e alfineta o “Poder Público” com um humor ferino como há tempos eu não via.

Esse humor crítico é uma coisa tão simples... Tudo o que se precisa é dizer a verdade, só isso. Afinal política nesse país é a nossa maior piada mesmo. Simples assim, só o que falta é gente com coragem para fazer. E agora, no período eleitoral,tem que ter coragem mesmo porque mangar um candidato é crime, pô!

Sem mais delongas, bora rir e refletir:


O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) está preocupado, pois entendeu que satirizar um candidato na TV gera desigualdade no processo eleitoral. Ufa! Agora os indefesos candidatos já podem respirar aliviados e se concentrarem na campanha em que, na mesma TV, durante a propaganda eleitoral gratuita, um terá 10 minutos a mais que o outro para expor suas idéias. Isso sim é democrático, igualitário e... Droga... Aqui caberia uma piada, mas não posso fazê-la.

Agora é contra a lei ridicularizar o candidato. Então, lembre-se: por mais ridículo que ele seja, guarde segredo.

Exemplo: Ainda que Collor ridiculamente ligue pra casa de um jornalista o ameaçando de agressão, por mais tentador que seja não mire sua lupa cômica nisso. Ele é candidato, e candidato aqui não fica exposto, fica blindado. O TSE não é o feirante japonês que deixa a mercadoria exposta para que possamos apalpar e cheirar antes de levar. Ele é o coreano do Paraguai que a deixa na vitrine. Você não toca, não cheira. Apenas paga. Quando chegar em casa, reze antes de abrir a caixa.

E a discussão se essa censura é ou não constitucional? Tenho fé que em breve teremos uma resposta sensata. Logo após eles chegarem à conclusão de outra discussão que há anos os perturbam: afinal, o fogo é ou não quente?

O humorista pega a verdade e a exagera. Ao contrário do político, a verdade é imprescindível para o sucesso de seu trabalho. E esse é o problema. Num país onde culturalmente é bonito lucrar com a mentira, a verdade não diverte. Assusta. Indigna.

Onde já se viu um coronel permitir que manguem de sua cara em sua província? Então censuremos! Por isso, recentemente, tivemos imprensa brasileira censurada, jornalista estrangeiro expulso, repórter agredida e agora, humorista amordaçado. É melhor que o Estado defina o que pode ou não ser passado para o público, assim o público continua passando o que interessa para o Estado.

Aristófanes, pai da comédia antiga, exercia abertamente sua função de fazer o público rir, criticando instituições políticas e seus representantes. Se fosse brasileiro, hoje, Aristófanes não poderia realizar seu ofício. A visão democrática do TSE está mais atrasada que a da Grécia de 400 a.C.

Henri Bergson, filósofo francês, afirmou que "não há comicidade fora daquilo que é propriamente humano. Comicidade dirige-se à inteligência pura". Filosoficamente, o pessoal do TSE não é humano, nem inteligente o bastante para compreender o que foi escrito há quase um século atrás.

Freud, pai da psicanálise, entendeu que "rir estrondosamente, satirizar personagens e acontecimentos fazem parte da nossa experiência cotidiana e é crucial pra nossa condição humana". Um século depois, temos uma lei que impede a manifestação do cômico num evento tão importante pra sociedade como a eleição. Psicossocialmente falando, a democracia brasileira encontra-se retardada.

Estudos observam que primatas riem de boca aberta para manifestar raiva e hostilidade. A evolução preservou o instinto do riso no ser humano para que fosse a válvula de escape substituta à agressão física. A lei eleitoral quer abafar o instinto compulsivo da piada e do riso (e sabe lá Deus aonde isso vai poder explodir). Biologicamente, eles estão forçando um passo atrás na escala evolutiva.

Enquanto o Brasil se orgulha de dialogar com países desenvolvidos o suficiente para que nenhuma forma de comunicação seja restrita, a gente fica aqui rindo das imitações de Silvio Santos, porque é o que se pode fazer no momento. Claro, enquanto o Silvio Santos não for candidato.

Muito político faz chorar. Com a mesma matéria-prima o humorista faz rir. Para o TSE a segunda opção é uma ameaça e precisa ser contida.

A liberdade de expressão aqui tem o mesmo conceito de liberdade do zoológico. Faça e fale o que quiser. Você é livre! Desde que não passe dos limites da sua jaula.
Não me multem, por favor. Isso não foi uma piada.


Ah, os seres humanos...

Réplica do TSE, o tal "Poder Público"

Após isso, a Folha OnLine publicou a resposta do TSE:

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) rebateu nesta quinta-feira críticas feitas pelos principais programas humorísticos de televisão de que estão sendo censurados nas eleições deste ano.

Ontem, o humorista Danilo Gentili escreveu um artigo na Folha.com criticando o TSE pelas limitações aos humoristas.

Integrantes de programas como "Casseta & Planeta", "CQC" e "Pânico na TV" também estão reclamando de regra prevista na resolução 23.191/2009 do tribunal, que veta qualquer piada que degrade ou ridicularize candidato, partido político ou coligação.
Em nota, o TSE afirma que é "errônea" a afirmação de que foi o tribunal que criou essa limitação. Segundo o texto divulgado, a regra é prevista no artigo 45 da lei 9.504, que está em vigor desde 1997.

"O tribunal Superior Eleitoral informa que é absolutamente errônea a interpretação de que ele criou neste ano limitações aos programas humorísticos", diz a resposta do tribunal.

"O TSE é um órgão do Poder Judiciário e não tem competência para legislar, podendo apenas editar resoluções com o intuito de organizar o pleito eleitoral, dentro dos parâmetros pré-determinados pelas leis", complementa.

A nota ainda diz que a limitação alvo de críticas já vigora há seis eleições e que se aplica "a qualquer programa de televisão e rádio, não apenas aos humorísticos".
"Cabe ressaltar que o Congresso Nacional já fez duas reformas na Lei 9504, uma em 2006 e outra em 2009, e nenhuma delas modificou a restrição imposta às emissoras de rádio e televisão pela redação original", finaliza o TSE.

A legislação eleitoral de 97 afirma que "a partir de 1º de julho do ano da eleição, é vedado às emissoras de rádio e televisão, em sua programação normal e noticiário, usar trucagem, montagem ou outro recurso de áudio ou vídeo que, de qualquer forma, degradem ou ridicularizem candidato, partido ou coligação, ou produzir ou veicular programa com esse efeito".

A resolução do TSE, por sua vez, relatada pelo ministro Arnaldo Versiani e que trata sobre "a propaganda eleitoral e condutas vedadas durante a campanha", simplesmente repete, em seu artigo 28, o que diz a lei.

Para os comediantes, o veto caiu como uma espécie de lei da mordaça. Por conta disso, o "Casseta", por exemplo, no ar desde 1992 na Globo, decidiu banir qualquer referência aos candidatos até outubro.

Já o "CQC" decidiu seguir acompanhando as eleições, mas também estipulou restrições, como eliminar os seus tradicionais recursos de computação gráfica. O "Pânico" ainda estuda o que irá fazer.

Entendeu ou vai querer que desenhe?

A tréplica do humorista (e, a cada dia mais meu herói) é para mim a culminância cômica do embate de idéias. Colocado de maneira que uma criança do jardim de infância poderia entender (então, por favor, como podem as autoridades não entender?)


Não queremos uma justificativa. Queremos uma solução. E para que mesmo o mais débil e simplório dos nossos funcionários do Legislativo e Judiciário compreenda e faça o que lhes é cabível, tentarei ser o mais didático possível.

Confira a atual situação nesse gráfico educativo e ilustrado:



O objetivo do artigo 45 da lei 9.504 é proibir a sabotagem e os prejuízos à imagem dos candidatos durante o processo eleitoral. Atualmente, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) entende que "caricaturizar" um candidato é uma ameaça, e não o ofício do humorista.

Segundo o professor de Direito Constitucional Gustavo Binenbojm, existem duas formas de essa lei ser revertida:

1) O Congresso Nacional corrigir a redação atual para permitir a existência de sátiras sobre candidatos;

2) O entendimento do TSE sobre o que a lei determina garantir a liberdade necessária aos programas de humor.

Conversamos com o poder Legislativo, nossos funcionários do Congresso. Todos os abordados se mostraram indignados com a aplicação da lei dessa forma. Chegaram até a afirmar que a culpa da atual censura é única e exclusivamente do Tribunal.



Uma semana depois de abordar o Legislativo e perceber que eles jogaram a responsabilidade pro Judiciário, escrevi uma carta questionando a democracia na comunicação durante o processo eleitoral, focando algumas críticas diretamente para o TSE (Texto que você leu na primeira postagem). O Tribunal respondeu dizendo que a responsabilidade não é deles, e sim do Legislativo, que criou a lei. A boa justificativa é que a lei existe desde 1997 e não se restringe apenas aos programas de humor e sim a todo programa transmitido na TV e no rádio (Texto que você leu na postagem anterior). Ufa! Agora sim respiro aliviado! A censura não é de agora. Ela tem mais de 10 anos e é muito mais abrangente do que o meu questionamento. Boa resposta TSE! Segundo o Tribunal a responsabilidade é do Congresso.




Enfim, "respostas" do Legislativo e Judiciário a parte, o cenário atual é mais ou menos assim:



Concluindo o texto:

Caros Legislativo e Judiciário: nós não cumprimos as leis para servir a vocês. Ao contrário: vocês é que criam e fiscalizam as leis para servirem a nós. E não queremos essa lei em questão. Sim, vocês, nossos funcionários, podem acabar com ela. Nós, que pagamos seus salários (que é maior que o nosso), não queremos essa lei. Não queremos que ela exista, não queremos que ela nos limite e não queremos ser punidos por ela. Então qual a justificativa para ela continuar existindo? Somos o patrão. Acabem com essa limitação já. Simples assim.

No próximo domingo (22), a partir das 15h, no Rio de Janeiro, em frente ao Copacabana Palace, humoristas de todos veículos e canais se reunirão com a população para que, quem sabe assim, vocês percebam que o que está escrito no parágrafo acima é verdade. Não queremos essa lei e todos estaremos reunidos por um HUMOR SEM CENSURA.

"Está tudo bem entendido ou precisa desenhar?"




Incrível como o humor te faz crescer, não é?

É como alguém, no meio de tudo isso disse:

"Se nós não podemos fazer piada com eles no período eleitoral, por que eles podem fazer piada de nós durante todo o mandato?"

O Manifesto Popular

A respeito do referido protesto (22 de Agosto de 2010), eis o artigo também publicado na versão online do Jornal:


Humoristas de programas de TV, rádio e espetáculos teatrais vão promover um protesto, no próximo domingo, no Rio, contra uma norma que proíbe a veiculação, por rádio ou TV, de entrevistas ou montagens que "degradem ou ridicularizem" candidatos.
A emissora que veicular programa com esse teor pode ser multada pela Justiça em até R$ 106.410, valor que dobra em caso de reincidência.

A norma, que consta da lei 9.504/97 e foi regulamentada por resolução do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), vale desde 1º de julho até o fim do período eleitoral.

Segundo os humoristas, a regra impede que os programas de humor falem sobre os candidatos, durante o período pré-eleitoral, e caracteriza censura à liberdade de expressão no humor.

"Estamos lutando para exterminar qualquer resquício de censura que ainda exista, somos a favor da democracia e, portanto, da liberdade de expressão. Essa lei é o exemplo de que, se não ficarmos atentos todo o tempo, o fantasma da ditadura pode voltar a nos assombrar. Deixem que as pessoas decidam por elas mesmas de qual piada devem rir", diz Fábio Porchat, um dos organizadores.

"Essa norma vale para TV e rádio, mas também influencia a internet e o teatro. Se a gente não pode fazer piada, os políticos também deveriam ser obrigados a parar de fazer piada com a gente", brinca Porchat.

Junto com Claudio Torres Gonzaga, Fernando Caruso, Paulo Carvalho e Léo Lins, Porchat compõe o grupo cômico de teatro "Comédia em Pé", que está liderando o ato. A passeata "Humor sem Censura" será realizada na praia de Copacabana (zona sul), às 15h do dia 22.

A concentração será em frente ao hotel Copacabana Palace. Em seguida os manifestantes seguirão a pé até o Leme, onde vão ler o manifesto "Humor sem Censura" e recolher assinaturas para um abaixo-assinado, que será entregue ao ator Sérgio Mamberti, presidente da Funarte (Fundação Nacional de Artes).

Mamberti deve encaminhar o documento ao ministro da Cultura, Juca Ferreira. O objetivo dos humoristas é que, a partir desse abaixo-assinado, Juca discuta a situação com o TSE para que a regra seja revertida.

Segundo os organizadores do evento, integrantes do "Rock Bola", "Pânico", "Casseta & Planeta", "Os Caras de Pau", "Melhores do Mundo", "Zorra Total", "Clube da Comédia", "Os Barbichas" e "Plantão de Notícias" já confirmaram participação na passeata. Também são aguardados Danilo Gentili ("CQC"), Marcos Mion ("Os Legendários"), Marcelo Adnet, Bruno Mazzeo, Leandro Hassum, Paulo Bonfá, Fabiana Karla e o cartunista Chico Caruso. Sites de humor, como Kibe Loco, Jacaré Banguela, Anões em Chamas, dentre outros, também estarão representados no evento. Ainda estão sendo convidados redatores de humor da TV, rádio e jornais, além de humoristas dos espetáculos em cartaz nos teatros.


Só o que me passa agora pela cabeça dizer a respeito de toda essa polêmica, caros amigos, é...

“Que piada!”

sábado, 24 de julho de 2010

Tecnologia X Poder Público

Alô, galera do Blogger!!
Olha eu aqui, como sempre, um mês depois fazer outra postagem...
Tá virando costume, né?
Enfim vamos ao que interessa. Olha só o texto que eu to trazendo pra vocês direto do "TwitPic" do Twitter do humorista e repórter Danilo Gentili do programa CQC - Custe o Que Custar - da TV Bandeirantes (Que, convenhamos, é de longe o melhor programa humorístico e investigativo da TV brasileira na atualidade), do qual eu sou fã de carteirinha.
E, a você Danilo, Se vier fazer uma visitinha a este humilde Blog para conferir, Por favor me perdoe por ter pegado sem a sua permissão, mas é que eu gostei tanto da coluna que não pude deixar de trazer para os meus ilustres (e posso até apostar que agora também serão seus) leitores.
Apreciem a ótima leitura tal como eu fiz.





A referida reportagem foi a primeira que o poder público "tentou cesurar" do CQC. Se você não viu, não pode perder neste link: http://www.youtube.com/watch?v=8JEPp758JDE&feature=PlayList&p=B567CA1C6A5B01EB&playnext=1&index=21
Esse foi um "Proteste já" inesquecível!

Com meus sinceros cumprimentos,

Batan Morais.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Era dia 7 de Outubro

Ana se lembrava bem. Como em todos os outros dias, ela se levantou, entrou embaixo do chuveiro, lavou seus cabelos, colocou uma roupa, comeu algo e foi pra escola.

Quando chegou em casa, abriu o bate-papo na internet. Um convite novo. 'Aceite', pensou ela. Foi por sua intuição, sempre ia. Era um garoto chamado Bruno. Os dois começaram a conversar. Com o tempo descobriram que gostavam das mesmas bandas, das mesmas comidas, do mesmo tudo. Tinha quase tudo em comum, exceto uma coisa: a cidade. O garoto morava em Londres. A garota, em Bolton, uma pequena cidade ao sul da Inglaterra. Eles começaram a conversar mais e mais. Cada dia mais, cada vez mais. A mãe de Ana achou que estava viciada em internet, o que realmente estava. Ela estava certa, Ana não podia contrariá-la. A garota era apenas muito preocupada com seu futuro, não deixava de fazer lições de casa para entrar no computador. Mas assim que acabava, ligava logo o aparelho. Era também o caso de Bruno...

O garoto sempre que chegava da escola deixava o computador ligado, com o Bate-Papo aberto. Desligava a tela do computador, e fazia a lição. Sempre tinha pouca, então ficava esperando Ana, até as 6 da tarde, que era quando a garota entrava, mais ou menos. Os dois começaram a conversar aos 17 anos, e foi assim. No começo dos 18 anos, aconteceu a coisa mais esperada para as amigas de Ana (sim, porque as amigas sabiam de tudo, e esperavam há cerca de 9 meses algo acontecer: Bruno a pediu em namoro.

E foi assim, se conheceram por um computador, namoravam por um computador. O que os dois tinham era maravilhoso. Uma coisa que as amigas de Ana jamais haviam experimentado, ou ouvido falar. Nem mesmo na ‘vida real’. Eles confiavam um no outro mais que qualquer casal que todas as amigas de Ana já tinham visto, ou ouvido falar. Isso requer, realmente, muita confiança. E eles se amavam. Quando as amigas de Ana passavam o dia na casa da garota, elas viam a conversa. Elas conseguiam sentir o amor. Eles estavam completa e irrevogavelmente apaixonados. Não havia nada que mudaria aquilo. O tempo passou, os dois ficavam mais apaixonados a cada dia (o que ia totalmente contra as idéias de Marcela, amiga de Ana. A garota pensava que a cada dia que se passasse, a tendência era o amor se esvair. Eles provaram que estava errada). Todo dia de manhã, na hora da aula dos dois, Bruno ligava para a garota. A acordava, para começarem o dia com a voz um do outro. Um dia o garoto apareceu com a boa notícia: ele conseguiria ir para Bolton. Passaria um dia lá, pois viajaria.
Eles se encontraram à noite, em frente à ex-escola de Ana. Ela conversou com o garoto. Ana não quis beijá-lo.

- Vou ficar dependente de você. Sei que você é uma droga pra mim, é viciante. Então se eu te beijar hoje, não vou conseguir ficar mais um minuto longe de você. A gente vai se reencontrar. E ai, vamos ficar juntos pra sempre.
Ela disse e o abraçou. Com mais força do que já abraçou outra pessoa. E o garoto se contentou em encostá-la. Ele sabia que o que Ana estava falando era verdade. Eles IRIAM se encontrar. E IRIAM passar o resto da vida juntos. Ele tinha certeza de que ela era o amor da vida dele.

Bom, agora a ‘maldita inclusão digital’ se transformou na melhor maldita inclusão digital.

O tempo passou rápido quando eles estavam juntos. Se divertiram muito, e Bruno gostou da simpática cidade da sua namorada. Ele foi embora no dia seguinte, cedo demais para conseguirem se despedir. O tempo passou, e o amor dos dois só ia aumentando. Passaram-se 6 meses desde que Ana tinha conhecido seu namorado pessoalmente, e Marcela ainda não entendia por que eles não tinham se beijado.

- Ana, você já parou pra pensar que pode ter sido uma chance única?! Você foi idiota, você sabe disso, né? - A garota dizia, sempre culpando Ana.

Mas ela sabia o que era melhor pra ela. Já tinha cansado de explicar para Marcela. Não explicaria mais uma vez. Haviam 9 meses que os dois namoravam, e um ano que se conheciam. Eles se amavam muito, mais que qualquer pessoa que as amigas e amigos do casal já tinha visto. Um dia, Bruno apareceu com a notícia: ele conseguiu uma bolsa em uma faculdade em Bolton, e se mudaria para a cidade tão desejada. Ana se chocou com isso. Por semanas se perguntou se sacrificaria por ele, o tanto que o garoto iria sacrificar por ela. Mas ela não era a maior fã de pensamentos. Isso a fez mal.

- Ana, deixa de ser boba. Você o ama, até eu posso perceber isso! E você sabe, eu não sou a pessoa mais esperta do mundo. – Marcela disse, encorajando a amiga.

- Eu sei, Marcela, mas... Ele tá desistindo da vida toda dele em LONDRES pra vir pra BOLTON! Por mim! – Ana disse – E pela bolsa que ele ganhou na faculdade, mas é mais por mim, ele me disse.

- Ana, presta atenção. – Ana olhou pra amiga. – Você não sabe quantas meninas invejam você. Não sabem mesmo. Eu, por exemplo, te invejo demais. Daria qualquer coisa pra ter um namorado como o seu. Vocês confiam tanto um no outro, e se amam tanto. Eu tenho até nojo de ficar no quarto com você quando você ta conversando com ele. É um amor que se espalha no ar, Nossa! Eu consigo sentir os coraçõezinhos explodindo pelo quarto. Ai fica tudo rosa, e você fica com uma cara de sonho realizado pro computador! Ana, pára de subestimar o que você tem. Deixa de ser idiota.

- Você é um amor, sabia? Marcela, não sei. Não dá. Eu não desistiria de tanto por ele, e eu acho injusto ele desistir de tanto por mim.

Marcela bufou. Porque a amiga tinha que ser tão burra? Meses se passaram, o tempo passava rápido. Ana não terminaria o namoro pela internet, frio demais. Ela esperaria o namorado chegar. A garota tentava adiar o máximo possível, por mais que quisesse ver o garoto de novo. Ele tinha um cabelo lindo, e olhos mais ainda. Ana conseguiria ser invejada por todas as garotas da cidade se fosse vista com ele. Mas ela não queria inveja. Queria seguir o seu coração. Quanto mais Ana queria adiar a situação, mais as horas corriam, e com elas os dias, as semanas, as quinzenas, os meses. O ano.

Chegou o dia. Ana esperou o seu "futuro-ex-namorado" no mesmo lugar onde se encontraram meses antes. Ela negou o beijo mais uma vez. O namorado ficou sem entender, mas aceitou.

- Olha, eu tenho que conversar com você.

- Diga. – Bruno sorriu. - Quando você me disse ‘Vou me mudar pra Bolton’, eu fiquei feliz. Mais feliz que já fiquei há muito tempo. Mas depois eu comecei a pensar se faria por você o que você ta fazendo por mim. Você desistiu de toda sua vida em Londres, Bruno.

- Eu sei. Pelo melhor motivo na face da Terra.

- Não, não é. Eu sinto que eu não to sendo justa com você. E sem ser justa com você, eu não sou justa comigo. Eu não sei se eu faria o que você fez. Eu acho que não. Eu sou egoísta demais, eu não sei. Não quero mais ser injusta com ninguém, não quero dormir pensando isso. Há meses eu penso nisso, e fico com peso na consciência. E, de verdade, eu não sei se seu amor é o suficiente pra mim. – A garota disse e virou as costas. Foi andando para a sua casa. E ao contrário de momentos tristes clichês - e Bruno odiava clichês, não estava chovendo. O céu estava azul, o sol brilhava, como raramente acontecia em Bolton. Mas o que estava dentro de Bruno (e de Ana) não era assim tão brilhante.

Para Ana chegar em casa, tinha de passar pela frente da casa de Marcela – era esse o motivo de uma sempre estar na casa da outra; elas moravam lado a lado. A garota passou correndo, chorando, enquanto Marcela estava na janela. Marcela saiu correndo de casa – ignorando completamente o estado critico em que se encontrava: blusa dos ursinhos carinhosos, cabelo preso em um rabo-de-cavalo mal ajeitado, short curto de florzinhas e pantufas do tigrão – indo logo para a casa da amiga. Ela apertou a campainha, e a mãe da amiga atendeu. Disse que podia subir as escadas, Ana estava em seu quarto. Marcela subiu correndo, tropeçou, quase caiu 3 vezes - "Malditas escadas enormes", pensava – mas chegou ao quarto em segurança (leia-se sem sangue escorrendo pela cara).

- Ana! O que foi, amor? – A garota encontrou a amiga deitada, chorando em sua cama.

- O Bruno! – Ana não conseguia falar direito. Por essa mini-frase Marcela tinha entendido. Não tinha mais Ana e Bruno pra sempre e sempre e sempre e sempre. Agora era Ana. A garota aprendera a viver com a dor.

Passaram-se 5 anos. Bruno estava formado em direito, era um advogado de sucesso, ainda morando em Bolton – nunca largaria a cidade que abrigava seu, ainda, maior amor. Ana era uma fotógrafa de sucesso, ganhava a vida fotografando famosos de todo mundo – mas não saíra de Bolton também, amava a cidade com cada fibra de seu ser.

Bruno era melhor amigo de Ana, Ana era melhor amiga de Bruno. Ana tinha um noivo, um executivo de sucesso, que vivia de Londres pra Bolton, de Bolton pra Londres. Já Bruno sabia: por mais que tentasse achar alguém igual à Ana, não conseguiria. Só ela seria o amor da sua vida, a quem ele amava excepcionalmente. Isso nunca iria mudar. Ana iria passar algum tempo fora da cidade, iria para a capital, fotografar uma banda inglesa. Iria dirigindo à Londres – depois de tanto custo para tirar a carteira de motorista, agora queria mostrar ao mundo que tinha um carro e sabia guia-lo.

Um carro. Dia chuvoso. Pista dupla. Um caminhão. Visão confundida. Bebida em excesso. No que isso poderia resultar? Não em uma coisa muito boa, com certeza. O caminhão bateu de frente com o carro de Ana. Ela não estava muito longe de Bolton, portanto ela foi levada para um hospital na cidade. O seu noivo, por sorte, estava em Bolton. Foi avisado, depois os pais, Marcela. E por ultimo, Bruno. Ele se apressou em chegar ao hospital que Ana estava internada. Ele chegou antes mesmo de Felipe, o noivo da garota. Bruno andou por corredores com luzes fluorescentes fracas, brancas, o que aumentava a aflição dele.

"Como estaria Ana?" A SUA Ana? Ele nunca imaginou nada de mal acontecendo à SUA Ana. Ela sempre seria dele, amiga ou namorada. Seria dele. Achou o quarto em questão, 842. Abriu a porta com cautela, e viu a imagem mais horrível que jamais poderia ter imaginado: Ana, sua Ana, deitada em uma cama de hospital, com ferimentos por todo o rosto e braços – as únicas partes de seu corpo que estavam aparentes.
Ele chorou. Não queria ver a pessoa que ele mais amava em todo o universo daquele estado. "Frase clichê", pensou, e pensou também "mas porque ela e não eu?". As lágrimas caiam com força. Ele saiu do quarto com a visão embaçada pelas lágrimas; não sabia o que podia fazer. Ele foi para o lugar do hospital em que se era permitido fumar, e fez uma coisa que não fazia desde que tinha conhecido Ana: acendeu um cigarro. Começou a fumar, e ficou sozinho lá, encarando a parede. Imaginando se teria sido diferente se ele tivesse continuado em Londres. Ele lembrava, foi quem apoiou o curso de fotografia.

- Ah, cara... – Ana chegou se lamentando.

- Que foi, Ana? – Bruno sorriu.

- Eu tenho que escolher o que eu vou fazer da vida, mas... É difícil demais!

- Eu sei bem como é... Porque não tenta fotografia? – Bruno apontou para a máquina digital, que agora estava nas mãos da garota. – Eu sei que você adora tirar fotos.

- Bruno, sabia que você é um GÊNIO? – Ana sorriu e abraçou o melhor amigo. SEU melhor amigo.

Se ele não tivesse sugerido o curso, Ana não estaria no hospital à essa hora. Os pensamentos profundos do garoto foram cortados quando a porta se abriu, fazendo o garoto estremecer.

- Ah, que susto, doutor. – Bruno se virou.

- Desculpe. Você é Bruno, certo?

- Certo.

- Bom, você tem bastante contato com Ana, certo? – Bruno balançou a cabeça positivamente. – Nesse caso, eu sinto muito. Para sobreviver, a Ana precisaria de um coração novo. A lista de espera por um coração é grande, e não sei se ela conseguirá sobreviver até chegar sua vez de receber um novo coração.

Como poderia viver em um mundo sem Ana?! Saiu do lugar. Não podia esperar as coisas acontecerem, e ele ser egoísta e ficar em seu mundo, fumando até Ana ir pra outro lugar. Ele pegou um papel, uma caneta e escreveu um endereço, e um horário, uma hora depois daquilo. Entregou para o noivo de Ana, que agora estava na sala de espera.

- Já foi vê-la? – Perguntou Bruno. O noivo negou com a cabeça.

Ele saiu andando, saiu do hospital. Foi para seu escritório, pegou 3 papéis grandes e digitou 3 cartas. Uma para os pais. Uma para Ana. E uma sobre os desejos que tinha. Ele tomou um remédio depois disso. E dormiu, lenta e serenamente, dormiu. Não acordaria mais. Quando o noivo de Ana chegou, encontrou Bruno deitado no chão, sem pulso. Estava morto. Em cima da mesa, 3 cartas. Um recado para ele:

"Eu não gosto de você. Nunca vou gostar. Mas mesmo assim, você tem que fazer algo que não poderei fazer. Leve meu corpo para o hospital, com essa carta em cima dele. A carta que está em cima das outras. Após isso, entregue a segunda carta para Ana quando ela acordar. E quando a noticia da minha morte chegar, entregue a terceira para os meus pais."

Assim acabava a carta. Felipe não acreditava no que lia. Não acreditou, e nem precisava. Correu para o hospital em seu carro. Ele entregou a carta e o corpo do homem, que agora estava ainda mais branco. Aconteceu na hora; o coração dele foi tirado e levado para Ana. Quando ela acordou, não muito depois, viu os pais dela, seu noivo e os pais do namorado de 6 anos atrás. Eles sorriam e choravam; ela não entendeu. Foi quando viu a carta com a letra dele, escrito o nome dela. Ela pegou a carta e leu, então.

"Meu amor, bom dia. É hora de acordar. Eu não pude te ligar hoje, você estava ocupada. Por isso deixei esta carta. Sabe, eu não vou estar ai por um bom tempo, as pessoas sabem quando a sua hora chega. E eu aceitei a minha com a mesma felicidade que eu tinha quando te vi na frente da sua escola. A minha hora chegou quando seu fim estava próximo. Eu te prometi que te protegeria de tudo e qualquer coisa que acontecesse, e mesmo sem chamar, eu estive lá. Desta vez não me chamou, quis resolver sozinha, eu não podia deixar. Eu resolvi dar um fim então. Eu estava ficando cansado, o trabalho pesando demais. Mas porque agora? Eu não sei. Mas não teria sentido eu viver num mundo em que você não existe. Então eu decidi ir antes e ajeitar as coisas. Pra daqui a alguns anos nós conversarmos aqui na minha nova casa. Agora eu tenho que ir, meu amor. Esse coração no teu peito, que agora bate dentro de você, é o mesmo coração, que está inundado do amor que você disse não ser o suficiente. É o mesmo coração que lhe dava amor todo dia. Por favor, cuide bem dele. Agora eu preciso ir, preciso descansar um pouco. Eu vou estar sempre contigo. Eu te amo !
PS: Não sei se vou conseguir te acordar amanhã. Você me perdoa por isso?"


Então ela chorou. Chorou e abraçou os pais, os pais dele. Chorou como nunca, e tremia por tantas emoções passarem por seu corpo. Ana encarou o noivo. Terminou o noivado naquele dia. Não adiantava esconder algo que estava na cara: ela amava Bruno, e seria sempre o SEU Bruno. ELE era o homem de sua vida, não Felipe. O homem que sempre esteve lá, amando-a ao máximo. Em qualquer momento.

Ela chorou muito, e seguiu a vida. Todos os dias ela lembrava de Bruno. Viver em um mundo sem ele não fazia sentido. Mas não desperdiçaria todo o amor que estava dentro dela. Ela podia sentir seu coração batendo. Ela lembrava a cada momento, que mesmo separados eles estavam juntos. Mas apenas uma coisa fazia seu coração se apertar, se contorcer de dor. Que fazia uma lágrima escorrer sempre que pensava nisso. Ela sentia falta daqueles beijos. Dos beijos que foram negados. Mas ela foi feliz. Morreu com seus oitenta e tantos anos. Mas era sempre feliz. Afinal,
O coração do homem de sua vida batia dentro dela.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

No Thassos Hotel o HEXA é mais emocionante!



Venha aconpanhar cada lance, cada drible e cada GOL da nossa seleção no conforto e segurança do nosso Maravilhoso hotel em total contato e sintonia com a natureza amazônica!!!!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Pitacos e Alfinetadas na Copa da África

Há algum tempo o trabalho não me deixava vir aqui e escrever para vocês, caros amigos. Mas umas coisinhas que andaram acontecendo lá pelas bandas da África do Sul não me deixaram ficar calado. Coisas do tipo da ancestral rivalidade entre brasileiros e argentinos.

Não deu pra resistir quando assisti aos telejornais do começo do dia mostrando o técnico da Argentina, Diego Maradona, dizendo que o Pelé “Deveria voltar para o museu” em resposta ao comentário do ex-atacante da seleção canarinho de que Maradona teria aceitado treinar o selecionado daquele país apenas porque estaria precisando de dinheiro.

Que me desculpem os brasileiros e argentinos que levam mesmo a serio essa discussão idiota sobre quem foi o melhor entre os dois jogadores acima citados, mas eu não pude conter a gargalhada ao ver a cena e pensar: “Como é que o Pelé, com 70 anos de idade e o Maradona com aquela barba já quase toda branca ainda se prestam a isso?”

Alfinetadas a parte, me permitem dar a minha visão a respeito desse eterno impasse?

Não resta traço de dúvida de que o Pelé foi um jogador extraordinário, e, me arrisco dizer, talvez tenha sim sido o melhor jogador da história do futebol. Mas quer saber por que eu acho que os fatos são estes? Simplesmente porque Dom Diego, como os nossos hermanos gostam de chamá-lo, arruinou com as drogas a sua carreira como jogador muito cedo, muito antes de poder colocar Edson Arantes no chinelo e poder carregar indubitavelmente a coroa de “Maior jogador da história”.

Maradona como jogador é pra mim a maior decepção do futebol mundial. Deve ser por isso que não sou simpático a ele – não por ser brasileiro e pensar que simplesmente por isso eu “tenho” que preferir o Pelé ao Maradona. Longe de mim! Nunca escondi de ninguém que não gosto do Pelé. Tal como não gosto do Roberto Carlos, do Michael Jackson e da Xuxa que são chamados de “reis disso ou rainha daquilo” (acho mesmo que eu tenho alguma coisa contra a “realeza”).

Afinal, convenhamos, os dois jogaram em épocas diferentes e cito aqui uma expressão que eu adoro: No tempo do Pelé “se amarrava cachorro com lingüiça”. Ele foi sim um fenômeno, um jogador espetacular, acima da média para a época em que jogou, mas naquele tempo o futebol era muito mais simples do que era nos tempos do atual treinador da seleção argentina. Assim como o futebol costumava ser bem mais simples na era Maradona do que é hoje nos tempos de Messi, Cristiano Ronaldo e Kaká. É o princípio da evolução de um esporte, do ser humano em si. Você nunca poderá comparar Pelé ao Maradona ou o Maradona ao Rivaldo (e este sim pra mim foi um exemplo de jogador de futebol) nem mesmo o Rivaldo ao Lionel Messi. Todos estes foram considerados pelo mundo os melhores de suas épocas – mas “cada um em sua época” e cada época com suas peculiaridades e níveis.

Mas como sempre lhes digo:

“Pensem o que quiserem e não se deixem influenciar pelos meus pontos de vista”. São apenas pensamentos de alguém que acha que tem certeza o suficiente do que diz a ponto de expor isso na web.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Será o Amapá uma abstração? – Parte 01

Um ótimo dia meus “eternamente caros” leitores!

Assim me expresso com relação a vossas pessoas, por assumir aqui, e agora um compromisso de nunca publicar neste espaço pessoal, destinado a opiniões e impressões próprias – tal como descrevo no subtítulo – quaisquer palavras ou idéias que possam vir a despertar em vocês a indignação, a revolta e o repúdio que causou a uma esmagadora maioria do povo amapaense uma crônica do agora famigerado (e, permitam me brincar com a língua, “infamigerado”) jornalista goiano Rogério Borges.

Depois de sentir, não na pele, um aperitivo da fúria que ele sentiu, espero, com todas as forças do meu ser, estar sempre em paz com vocês que me acompanham por aqui.

Não nego que fiquei pasmo ao primeiro contato que tive com o texto que chegou ao meu e-mail com o titulo de “Reportagem absurda”. Confesso que tive de inicio a mesma reação que essa maioria: vontade de fazer pó de cada osso do nosso amigo jornalista, dada a maneira sensacionalista com que a obra literária foi divulgada.

Mas compreendo que o dom do raciocínio não nos foi dado simplesmente para que entendêssemos ofensas em um nível intelectual mais elevado e então pudéssemos ativar nossos lados primitivos e sair rachando caras...
Tive sim vontade de encontrá-lo na internet e falar-lhe todos os absurdos e desaforos que minha mente em chamas me permitisse. Entretanto, este não sou eu. Sou alguém que talvez não dormisse se me permitisse cometer qualquer tipo de preconceito estando eu ciente deste ato.

Fui então buscar mais informações sobre este assunto que tanto barulho provocou por estas terras tucujus. Não foi nada difícil encontrar o Orkut e o blog dele. Blog este que, confesso, achei muito interessante. O cara tem mesmo talento. Se ele foi apenas infeliz em suas colocações ou se é só mais um babaca tentando de qualquer maneira conseguir seus quinze minutos à custa de uma nação que já tem problemas e mazelas o suficiente e que não precisa de mais bobagens sendo ditas sobre ela, sendo estas fictícias ou não, com toda certeza não sou eu quem vai julgar.

Mas me perdi em leituras extraordinárias em minha busca por um ponto de vista que se aproximasse o máximo possível da verdade que necessitava para sossegar meu ímpeto, e, como já virou costume, precisava compartilhar com vocês.

Aqui pretendo apresentar a crônica, as retratações (ou tentativas de retratação), alguns dos inúmeros comentários postados no blog do Rogério e ate outros artigos publicados em outros sítios e veículos de comunicação acerca da tal polêmica causada pela obra escrita pelo goiano.

Para uma melhor catalogação e procura e também para que não percamos a dinâmica no desenrolar de toda a situação que irei expor, resolvi então dividir esta publicação em várias postagens. Pretendendo assim não cansá-los antes do tempo. Tendo em vista minha real necessidade de saber que vocês acompanharam todos os textos que pretendo reproduzir acompanhados de observações minhas.

Espero que, assim como eu, vocês se divirtam e nunca percam o espírito facilmente, encarando argumentos com serenidade, respeito, humildade e a cabeça aberta. Desta forma não terminando por fazer ou dizer coisas sem fundamento.

Parte 02 - A crônica

Eis então o motivo de tamanha discórdia e descontentamento. A crônica publicada no dia 07 ultimo no jornal “O popular” de Goiânia, da maneira que me foi apresentada: em um recorte do referido jornal digitalizado e espalhado pela internet via e-mail.






Se você já havia lido ou ouvido, não deixe de deixar sua contribuição neste singelo blog...

Se ainda não, você não perde nada por continuar me acompanhando nesta leitura...

Parte 03 - Primeira tentativa

Podendo vocês, caros amigos imaginar todas as imprecações pelas quais nosso destemido cronista precisou passar depois disto, eis a primeira tentativa de retratação publicada no blog do jornalista de Goiás:




“Crônicas e reações

Desde que me tornei cronista, redigi alguns textos que geraram reações. Algumas positivas, outras negativas. Isso é normal, faz parte do jogo. Quem publica, se presta à avaliação do público, o que é salutar.

O lamentável, às vezes, é que esse julgamento se dá em parâmetros equivocados. Foi isso o que ocorreu com meu mais recente texto, uma crônica em que coloco em dúvida a existência do Amapá. Recebi e-mails, fui "elogiosamente" referido no twitter e também neste blog por cidadãos do Amapá indignados com minha "ignorância", meu "desrespeito" e minha "burrice".

Comentários normais, não fosse o fato de o texto ter sido lido, em quase 100% do que comentaram, de forma totalmente equivocada. Acharam que a crônica era artigo de opinião, reportagem jornalística ou coisa que o valha. Equívoco, e dos grandes.

Crônica é o resquício de literatura nos jornais e, portanto, não tem o compromisso com a verdade dos fatos como deve ter as matérias jornalísticas. A crônica também não exprime necessariamente a opinião de quem a escreveu, já que não se trata de um artigo. É um texto de ficção, que pode falar de atualidades e se basear em fatos reais, ou não.

Já fiz crônicas em que ameaçava matar pinchers a pisadas. Matei algum? Claro que não. Já inventei uma personagem, a Dona Iraci, que é uma velha fofoqueira e maledicente. Ela existe. Não. Já falei sobre as mais diversas bobagens, ironizando ou brincando com questões que mexem com o imaginário coletivo. Penso tudo o que escrevi? Claro que não.

Com o Amapá ocorre a mesma dinâmica. Claro que sei que o Amapá existe. Ainda não estou esclerosado. Claro que eu conheço pessoas do Amapá. Tirei sarro delas. Claro que sei o que é ser discriminado. Goiás também é. Aliás, muitos dos comentários, esses nada cronísticos e sim raivosos e descontrolados, demonstraram os preconceitos das pessoas em relação a Goiás.

Quando se escreve uma crônica, com a liberdade de criação que ela permite, imaginamos que os leitores também terão a abstração do autor, entrarão em um mundo possível, mas não real. Literatura, não importa de que qualidade seja, aposta nesse acordo tácito. Machado não morreu para escrever Memórias Póstumas com seu "narrador defunto". Guimarães Rosa não se tornou um jagunço para poder criar as histórias de Riobaldo em Grande Sertão: Veredas. E mesmo Flaubert, que declarou que "Madame Bovary c'est moi" não era, ele próprio, uma esposa adúltera.

Aos mais ofendidos pela crônica, não peço desculpas: peço mais abstração. Na crônica, que tem espaço reservado no jornal, com anúncio em letras garrafais, no suplemento de cultura, para que não paire dúvidas a respeito de sua natureza, é necessário imaginar e não se ater ao pé da letra do texto.

Passo a moderar os comentários neste blog porque minha mãe não tem nada a ver com os que leram errado minha CRÔNICA.

Abraço aos seguidores deste blog.

OBS: Ah, e para que não pairem dúvidas, sei que o Amapá existe sim. Sei há muito tempo, muito antes do Google, que me foi tão singelamente indicado por muitos.”

Parte 04 - Alguns comentários

Exponho agora alguns comentários postados naquele blog a despeito desta iniciativa do cronista:


Ribeirinho disse:

“Li o texto, e até achei bem engraçadinho. Não te critico pelo preconceito, até porque acho que no humor vale tudo. Só acho medíocre você adaptar um texto do Diogo Mainard (sobre Cuiabá) pra aproveitar e fazer uma crônica sobre o estado do time que levou uma goleada do time da sua cidade. Genial, fazer plágio de um autor que seus leitores nunca ouviram falar, só pra bancar o escritor de textos de humor inteligente. Oh dó... Até os nomes das duplas sertanejas goianas são mais criativas...”


Dinete Botelho disse:

“Mesmo sendo uma crônica ou não... Você foi muito infeliz! Quer escrever crônica, escreva coisas corriqueiras do dia-a-dia... Não um texto que com certeza sendo crônica ou não foi carregado de preconceito e leviandade com o povo do meu Estado! Liberdade de expressão não implica em sair por aí ofendendo as pessoas e seus respectivos lugares... Você realmente foi muito infeliz! E suponho que você também não saiba fazer uma crônica, não com dignidade... Muito menos com abstração! Passar bem!”

Parte 05 - Retratação

Pois bem, após isto foi postado naquele blog o seguinte texto:


“Esclarecimentos sobre o amapá

Uma crônica de minha autoria publicada em O POPULAR no dia 7 de abril gerou polêmica no Amapá, estado aludido no texto. Recebi, em meu e-mail pessoal, e também por meio de comentários em meu blog, diversas reações iradas ao trabalho, tachando-o de desinformado, ignorante e preconceituoso. Muitas dessas manifestações referiam-se à crônica como uma matéria jornalística ou um artigo de opinião.Quero, portanto, prestar os devidos esclarecimentos não só aos leitores deste jornal, como também à população amapaense que se sentiu ofendida.

Em primeiro lugar, gostaria de dizer que nunca houve a intenção de atacar o povo do Amapá. Na crônica, quando “é posta em dúvida” a existência do Estado, obviamente que se tratava de uma afirmação fantasiosa, uma vez que é impensável alguém dizer, seriamente, que determinada unidade da nação não existe. Seria o negar o óbvio ou defender que o mar não é salgado ou que o Sol gira em torno da Terra. Quem quer que diga que o Amapá não existe, mesmo em uma conversa informal, só pode estar brincando com seu interlocutor. Pelo menos é assim que eu encararia se alguém me dissesse ou escrevesse que Goiás não existe.

Ao dizer, logo no início do texto, que “duvidava” da existência do Amapá, faço automaticamente o convite ao leitor para sair, em alguma medida, da realidade. O absurdo da afirmação suspende os planos da lógica no restante da leitura. Esta, aliás, é a dinâmica da crônica, gênero híbrido que mistura o real e o ficcional em uma narrativa que foge dos parâmetros tradicionais do jornalismo. Como um texto que mistura discursos, a crônica busca referências na realidade para, justamente, subvertê-las de alguma maneira ou então surpreender seus leitores com o elemento inesperado, da ironia e da fantasia. Isso não ocorre, por exemplo, em reportagens e artigos de opinião, restritos que estão à busca do relato da realidade palpável.

Ao tomar o Amapá como tema de meu texto, o objetivo não era denegrir o Estado e sim ironizar, a partir dele, mazelas que são de todos nós brasileiros, do Rio Grande do Sul ao Amazonas, do Ceará ao Acre, de São Paulo a Goiás. Quando digo que os escândalos políticos não existem no Amapá, estou salientando exatamente o contrário, que eles existem em toda parte, indiscriminadamente, tanto que cito um político que tem se envolvido em vários deles nos últimos tempos. Quando falo da goleada do Goiás sobre o São José, estou, na verdade, pegando no pé do time goiano, que tem dificuldade em vencer seus adversários regionais, numa provocação caseira.

Quando se publica um texto, a reação do leitor é legítima, desde que dentro dos parâmetros mínimos de civilidade. Entre os muitos comentários recebidos, vários são críticas pertinentes, que precisam ser levadas em conta. Aqui faço um me a culpa por ter, mesmo que involuntariamente, atingido a identidade de cidadãos amapaenses e agradeço as mensagens que ressaltam possíveis erros cometidos, pelos quais peço desculpas. Mesmo o gênero crônica, como muitos disseram, não permite excessos e me penitencio por aqueles que tenha cometido.

Há, porém, mensagens – infelizmente em maior número –, que partiram para ataques pessoais, desqualificando a mim e a meu trabalho de forma chula e irresponsável. Entre essas manifestações de desequilíbrio, algumas mencionam até ameaças físicas. Lamento profundamente que tanta gente só encontre o xingamento como o melhor argumento para defender sua terra. Em redes sociais, comentários deram lugar à incitação ao ódio, o que é lamentável, muito mais que qualquer crônica equivocada.
Entendo que a difusão do texto no Amapá como foi feita, sem a devida contextualização, de forma sensacionalista, por meio de um recorte de jornal escaneado que retira todo o contexto da publicação original do texto – que é impresso na página do horóscopo e dos quadrinhos, mostrando seu viés literário – tenha contribuído para a percepção de que se tratava de uma agressão gratuita. Na internet, as pessoas se sentem mais corajosas para ameaçar e ofender. Em muitos dos recados deixados, os autores até admitem que estão escrevendo por comentários ouvidos e não pela leitura do texto em si.

Àqueles que criticaram o texto, agradeço. Àqueles que se sentiram ofendidos pela crônica, peço desculpas. Àqueles que me endereçaram ofensas, não tenho nada a dizer.

P.S.: Este é um artigo de opinião e não uma crônica. Portanto, não há nada fictício aqui.

Uma versão deste artigo será publicada no jornal O Popular”






Vejam bem meus caros que este artigo foi realmente publicado no mesmo jornal goiano no dia 16 deste mês.

Parte 06 - Eu, Batan Morais...

Agora, antes de mais nada peço licença para expor o “meu” comentário deixado no blog de Rogério Borges, que até este momento, não foi postado pelo mesmo uma vez que, por motivos óbvios, este se viu forçado a moderar os comentários deixados naquela pagina.


Um ótimo dia Rogério Borges!

Devo confessar que o sentimento que tive quando li sua publicação pela primeira vez só posso descrever como "desprazer". Minha primeira reação foi mesmo a da grande maioria dos meus conterrâneos: revolta. Pura e crua.

Entretanto nunca fui o tipo de pessoa que abre a boca ou toma uma atitude sem antes analisar a situação. E tenho certeza que você também não é a pessoa irresponsável e inconseqüente que todos pintaram. Que você tinha consciência de tudo que sua crônica acarretaria.

Confesso ainda que me sinto profundamente envergonhado com todas as imprecações que minha língua teve vontade de externar com relação a pessoa da sua mãe.
Enfim... Faço este comentário pedindo desculpas por todos os insultos que pretendi fazer-lhe e a sua mãe como forma de descontrair e quebrar um pouco este clima pesado que paira sobre esta página de comentários.

Pretendo ainda ler todos os quase oitenta comentários postados por meus munícipes e conterrâneos irados.

Na verdade o que pretendo com isto é pedir, humildemente a sua permissão para utilizar a sua crônica, suas postagens de retratação e comentários (ou simplesmente passagens deles, devidamente atribuídas aos seus autores), para que eu possa fazer a minha própria publicação em meu Blog pessoal, uma vez que toda esta situação me despertou muito a vontade de expressar algumas idéias.

Eu ainda não tenho certeza daquilo que irei publicar ou até onde posso chegar com minhas palavras. Mas falando em palavra, dou a você a minha palavra de homem de que serão essas muito responsáveis e extremamente moderadas. Tal qual este texto que lhe redijo. Tenho apenas a intenção de, assim como vi alguns colocarem aqui, fazer com que meu estado seja um pouco mais reconhecido...

Sei que muitos já disseram isso, mas, por favor, um pouco mais de cuidado com as palavras. Elas têm um poder que vai bem além do nosso imaginário, não é mesmo? Você sabe, deve ter sentido esse poder todo voltar-se contra você nos últimos dias. Apesar de todos os mal entendidos, depois de dar uma olhada no seu blog, eu vejo um grande futuro em você.

Boa Sorte e sucesso.

Batan Morais.

Parte 07 - Um abraço Tucuju

Segue aqui a publicação de um jornalista de um conceituado jornal local acerca do assunto:


Amapá não existe no mapa, pelo menos para um jornalista de Goiânia
Por: Elden Carlos
Jornalista – Diário do Amapá

Não se sabe com que intenção um colunista do jornal Magazine Popular, de Goiânia, que atende pelo nome de Rogério Borges, resolveu de uma hora pra outra tachar o Amapá de “Terra do Nunca”. Em artigo publicado na edição do dia 7 de abril no jornal goiano, ele afirma que o Amapá não existe, que é um estado imaginário. Bom, se o jornalista ai tinha pretensões de ofender o Senador da República e Presidente do Congresso Nacional, José Sarney – já que ao que parece o Senador é a única coisa que ele conhece pelo Amapá - deveria ter escolhido um texto que não mexesse com a história e tradição de um povo que vive no estado mais preservado do Brasil, conforme pesquisas divulgadas nacionalmente.

Inicialmente, parece que o Rogério perdeu todas as aulas de geografia da escola. Ele diz que não sabe o que é a Oiapoque. Primeiro ele deveria aprender que o Oiapoque está localizado na parte mais setentrional do estado do Amapá. Limita-se ao norte com a Guiana Francesa, ao sul com os municípios de Calçoene, Serra do Navio e Pedra Branca do Amapari. Ao leste é banhado pelo Oceano Atlântico e a oeste faz fronteira com o município de Laranjal do Jari.

Mais isso ele não deve nem imaginar também. Por certo não deve conhecer o maior Parque Nacional do Brasil (Montanhas do Tumucumaque) com 3,8 milhões de hequitares. E o Marco Zero do Equador, será que ele sabe que o Amapá é a única capital do país cortada pela linha do Equador, e que temos o fenômeno do Equinócio duas vezes por ano? Mas deixemos de lado a geografia um pouco, afinal, quem passou tantos anos estudando – creio eu - e até hoje não conhece a geografia do próprio país, não vai aprender agora em uma rápida lição.

O artigo desse cidadão feriu os sentimentos de um povo que observa seu estado em franco desenvolvimento. Será que Rogério Borges conhece o Manganês, chamado de ouro negro da Amazônia e cujas maiores jazidas estão no Amapá? Será que conhece o açaí que exportamos para os maiores países do mundo? Será que essa pessoa, altamente desinformada, sabe onde passa o maior rio do mundo em volume d’água (O Amazonas) que banha a capital do estado (Macapá) e é nosso cartão postal?

Quanto ao São José, que perdeu, sim, para o Goiás lá dentro da casa dele, ele existe de fato e direito. Ocorre que não temos realmente tanta tradição no futebol nacional, diferente do Goiás que dispõe de uma infraestrutura moderna. Aliás, o estado de Goiás que é um dos mais desenvolvidos do país, deveria se envergonhar de ter como habitante, um homem que deveria ter como jornalista, a obrigação de informar de maneira eficiente seus leitores. Mas não é isso que acontece. Pessoas como esse rapaz é que sujam o nome da imprensa nacional. Não se pode admitir que uma pessoa sem conhecimento algum, ocupe linhas tão importantes de um veículo de comunicação para escrever absurdos e inverdades sobre o Amapá. Se quiser, senhor Rogério, está convidado a vir ao nosso estado tomar, quem sabe, um banho nas cachoeiras de Santo Antônio, ou conhecer e degustar a culinária do “MEIO DO MUNDO”, acompanhada de canções regionais tidas como as pérolas da Amazônia, dentre tantos outros espetáculos e belezas naturais que temos no Amapá. Um abraço Tucuju.