"A dor é inevitável, o sofrimento é opcional"


(Autor desconhecido)

terça-feira, 21 de junho de 2011

Que tal dar um RESET no RESTART?

Saudações, cyber-zumbis, seres cibernéticos! Um mês se há passado, tava na hora de voltar com mais alguma coisa por aqui não é?
O que tenho hoje é um e-mail que recebi e que ilustra a revolta de uma mãe quanto as influências vindas da mídia as quais nossos filhos estão expostos hoje em dia. Mais precisamente a banda Restart.
Ler este artigo me fez lembrar da ocasião da apresentação do grupo aqui em nossas terras. Naquele mesmo final de semana a banda britânica IRON MAIDEN, os dinossauros do rock que me introduziram a este gênero musical, tocaram na nossa vizinha Belém do Pará como parte da expedição brasileira da turnê mundial The Final Frontier. Muitos amigos meus, super entusiasmados viajaram para assistir aquele que com certeza seria o show de suas vidas, ao qual eu mesmo provavelmente teria ido se não tivesse uma filha para criar e tantas contas a pagar. Recordo de ironizar com eles dizendo que "Grande coisa! Enquanto vocês vão ver o Iron Maiden, eu vou estar aqui com o Restart! Não me faz inveja, não!"
Eu na verdade nunca tinha ouvido falar na senhora Carla Nobre. Mas depois dessa, Ela sem duvida ganhou mais um fã:

"Está próximo o dia em que teremos em nossa terra querida o show de uma banda chamada RESTART. Minha filha ligou para mim na hora do trabalho enlouquecida dizendo onde eu podia comprar o seu ingresso. Seu entusiasmo era tamanho, que fiquei tentada a fazê-lo na mesma hora, mas acabei me atrasando e não o fiz.
Em casa foi o assunto do dia. Por isso, a noite, meu filho disse que salvou um vídeo onde essa banda falava mal da Amazônia. Eu não acreditei, mas não seria a primeira vez que isso iria ocorrer com a gente.
E, infelizmente, ele estava certo. Um dos calças-colorida (seria o nome mais adequado para a banda), disse que uma das cidades onde não tocou e gostaria de tocar, era o Amazonas. Primeiro, não é de se admirar que ele não saiba a diferença entre um estado, uma cidade ou mesmo uma região. Confundiu tudo...
Depois ele explicou porque seria legal tocar no Amazonas: imagina tocar num lugar só mato, onde não sabemos nem se tem público, civilização, em que a gente acha que não tem nada...
Coitado desse menino. Coitada da minha filha e da minha sobrinha. Coitados, os tantos adolescentes que compram essas calças coloridas...
Uma banda que não respeita seu público, que não conhece seu país.
Depois do than, than, than, than, um colorido que empobrece a nossa juventude.
Mas, como professora e de naturalidade amazônida, me sinto tentada a pedir que mais uma vez digamos ao Brasil, quem somos nós: o maior rio do mundo, as andorinhas no seu balé, o pirarucu no leite de coco, a super lua em muitos dias de cada ano, vento, vento, o cupuaçu estonteante, o marabaixo e sua tradição, o meio do mundo e seu poder místico, a pororoca e sua força, o açaí, a vastidão do curiaú...
Ah, Restart, o Amapá tem muito a te oferecer, mas eu não te ofereço mais a ingenuidade e a alegria da minha filha e da minha sobrinha. Elas não vão mais ao show.
Isso o Amapá não pode mais te oferecer. Entretanto, desejo que saia daqui refletindo que somos um país ainda bastante ignorante, porque alguns sempre se acharam mais civilizados do que outros, porque alguns sempre acharam que tinham mais a oferecer do que outros, porque alguns sempre se acharam melhor do que outros.
Isso é a tristeza da colonização. Vocês são a tristeza dela e da globalização..., mas égua, não, é melhor parar por aqui, isso são conceitos profundos demais para um calça-colorida."

CARLA NOBRE, POETA, PROFESSORA, MÃE

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